Letters to Juliet


O que aconteceu? O que me aconteceu?
Eu era uma criança com imaginação muito fértil, e uma adolescente com esperanças a preencher o lugar realidade. Porque não? O que eu gerava era sempre mais interessante do que o que acontecia.
Eu era, portanto, uma crente no amor verdadeiro, no destino e na troca de juras de verdadeira paixão. Mas hoje? Hoje dou por mim a questionar a palavra amor e o próprio relacionamento.

É triste pensar que já não consigo ver a magia por detrás da cortina, por detrás de cada teatro que os casais representam para o mundo exterior.
Lembro-me de me maravilhar com a ideia da história e do relacionamento entre dois perfeitos desconhecidos. Da fantasia gerada por todas essas emoções que segredariam entre si.
Agora? Agora tento ver da mesma forma, mas só consigo decifrar códigos. Parece-me demasiado lamechas e fingido para ser real. E sinto pena disso. Sinto falta da leveza de espírito que estas pequenas crenças causavam, da alegria interior tão, só minha provocada por tal visão. Porque agora, agora tudo o que sobra são relações sem significado algum, sem apoio, sem entre-ajuda, sem a menor pinga de amor. Usamos e somos usados conforme nos dá jeito e prazer. E já cansa.

Todos crescemos, e, com o tempo, quem sabe, volto a ver as coisas com aqueles olhos.
Mas por agora, e com muita pena minha, fico-me pelo cepticismo.

Comentários

  1. Mas é assim mesmo!
    Quando criança sonha-se. Em adulto fica-se acordado. E quanto mais acordado melhor.
    Eu cheguei ao ponto de entender realmente porquê alguns casamentos arranjados funcionam. Há minha volta tenho casamentos em que os casais dão-se mal e o divórcio é uma ameaça constantemente a pairar. Mas juntaram-se por amor. Amor não basta.

    Sei perceber pelo passado dos outros que um relacionamento não é um mar de rosas e sem discussões ninguém se mantém junto uma vida inteira. Muitos casamentos de "sucesso" viveram de brigas constantes. Outros vivem das aparências, de infedilidades consentidas. Ouvis-te falar da vida da Rainha Sofia de Espanha, que saiu agora em livro? A jornalista autora descreveu uma cena impressionante de quando o Rei foi hospitalizado todos criticaram a Rainha por não aparecer. Então ela lá teve de fazer a visita. Subiu, desceu. E no elevador subia quem realmente tinha de subir. Diz ela que os reis nem se falam há anos! Vivem em andares separados das casas. Nunca estão juntos.

    A jornalista já foi demitida do cargo, embora digam que não foi por pressão da monarquia, a verdade é que alguém do calibre dela jamais seria demitida por outra razão. Vamos a ver se vão banir o livro.

    Mas como dá para perceber, isto de acreditar do amor de cinderela é mesmo de conto de fadas.

    E quando mais depressas o perceberes, mais depressa os viverás. Talvez não da forma sonhada e muito provavelmente não para todo o sempre com uma pessoa só. Mas podes sempre optar... assim ou como a Rainha Sofia?

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